Liderança Positiva 1

Por que os nossos pontos fracos são mais fáceis de serem apontados? Quando não somos bons em alguma atividade, ou melhor, quando não fomos treinados suficientemente bem para a realização de uma tarefa, é muito fácil apontar a lacuna e cair em um buraco negro de improdutividade. “Você não sabe se comunicar bem”, “você não sabe falar em público”, “você não é bom em matemática”, “você não sabe trabalhar sobre pressão”, “Você é muito analítico e não é multitarefas”… É hora de parar com a sabotagem dos seus sonhos!

Muitas pessoas chegam a desistir de profissões e carreiras por causa dessas lacunas. E isso ocorre porque deixamos de perceber que temos talentos e que eles podem ser desenvolvidos com habilidades adquiridas. Você já deve ter passado pela situação, na escola do seu filho, em que o professor não dá muita atenção, nas reuniões de pais, ao desempenho dos alunos que sempre vão bem. O professor simplesmente fala: “seu filho é um ótimo aluno, ele não dá trabalho nenhum”. Ou seja, o foco está sempre nos “alunos-problema”.

Obviamente as crianças e adolescentes com dificuldades devem ser acompanhados com atenção, mas sinto que falta uma abordagem diferente quando o assunto é falar dos pontos fortes da sala. Não estou dizendo que os estudantes bons precisam ser “paparicados”, mas é importante que os pais saibam quais habilidades estão no topo da lista para que elas possam ser desenvolvidas. Ora, este deveria ser o propósito de uma reunião escolar: um feed-forward, mais do que um feedback. Isto é, uma avaliação mais detalhada dos problemas que podem ser evitados e das ações que podem ser tomadas para que seu filho atinja excelência nos estudos.

No livro Liderança Positiva, destaco que há uma barreira a ser ultrapassada na consciência das pessoas: por que os pontos fracos são mais fortes do que os pontos fortes, se são pontos fracos? Confuso, não?! Mas vamos pensar com mais cautela nesta frase. Se um ponto fraco nos deixar fragilizados em uma situação, por que continuamos a centralizar nossa energia nele? Há alguma coisa errada com nosso comportamento, concordam?! Imaginem se uma pessoa ao escalar uma montanha ficasse pensando apenas nas dificuldades da escalada; ela com certeza ela não aproveitaria toda a aventura envolvida no esporte e tudo passaria a ser muito chato. Mais do que pensar nos problemas e pontos fracos, devemos pensar no processo, naquilo que nos deixa incentivados e com entusiasmo.

No programa Desenvolvendo a sua Liderança Positiva incentivo os participantes a seguinte pergunta : quais são as nossas conquistas até hoje. É importante saber quais foram as coisas que conseguimos adquirir no decorrer dos anos, não apenas em valores financeiros, mas principalmente os valores morais, virtudes e conhecimento que adquirimos em nossas atividades.

Você se sente vinculado emocionalmente ao seu ambiente de trabalho? Como é seu relacionamento com seus colegas? Qual é a identidade que você adquiriu nas organizações que trabalhou até agora? Essa identidade foi construída sobre pontos fortes ou sobre fraquezas? Como é sua comunicação com as pessoas da sua organização? Você fica esperando a chegada da sexta-feira o tempo todo? Qual é o fator que lhe dá o sentimento positivo do equilíbrio emocional no trabalho?

 

Minoru Ueda é autor do livro Liderança Positiva: Um resgate dos pontos fortes, do flow e do significados na nossa vida.